A Procuradoria da República no Paraná é a unidade administrativa do Ministério Público Federal (MPF) no estado.
A sede fica no centro de Curitiba: rua Marechal Deodoro, 933.
Aí, funciona a Força-Tarefa da Operação Lava Jato.
Portanto, é onde trabalham os procuradores Deltan Dallagnol (coordenador), Januário Paludo, Orlando Martello, Paulo Roberto Galvão, Roberson Pozzobon, Athayde Ribeiro Costa, Laura Tessler, Jerusa Viecilli e Isabel Cristina Groba Vieira, entre outros.
De um mês para cá, toda quarta-feira, defensores da liberdade do ex-presidente Lula batem ponto no local, das 12h às 14h.
Alguns distribuem panfletos explicativos — sobre a origem da Lava Jato, o treinamento dos integrantes e as sequelas da sua atuação ilegal tanto às pessoas perseguidas como para a economia e a soberania do país.
Outros pedem a palavra e dão o seu recado.
“Tudo de forma espontânea”, frisa ao Viomundo a advogada Ivete Caribé da Rocha.
Nessa quarta-feira, 28/08, teve um pouco mais de participantes.
“Essa última denúncia, mostrando os procuradores zombando do presidente Lula pelas mortes de Dona Marisa, do irmão Vavá e do neto Arthur, sensibilizou muito mais as pessoas”, conta.
“Deu para perceber quando falávamos sobre isso. Sentimos uma melhor aceitação do público na rua. Do ônibus, nos faziam sinais de positivo e Lula Livre”, comemora Ivete.
Evocando Dona Marisa, Vavá e Arthur, Sirlei Fernandes, militante do PT há anos, fez uma fala dura, destinada principalmente a Dallagnol:
— O meu Deus, Dallagnol, não zomba de um humano que perde a sua esposa.
— O meu Deus, Dallagnol, não zomba de um humano que perde o seu irmão.
— O meu Deus, Dallagnol, não zomba de um homem que perde um neto de 7 anos e que o proíbe de vê-lo no velório.
(…)
— Me pergunto: onde é que está compaixão?
— Vocês não são humanos. Vocês são uns monstros.
— Monstros criados e moldados na base da vida boa.
— Para vocês nunca faltou um prato de comida. E nem vieram de pau de arara do Nordeste, tentar a vida numa cidade grande.
— Para vocês, a vida foi fácil. Vocês foram moldados na burguesia nojenta que escraviza e zomba dos menos afortunados.
—Que Deus é esse?
(…)
— Onde estás, meu Deus?
— E o mesmo dedo que vocês aparecem na janela, em riste, como se fosse um dedo maroto, nós aqui levantamos pra dizer: Lula, liiiiiiiiiiiiivre!
Assista, abaixo.
O gesto maroto a que se refere Sirlei Fernandes acabara de ser feito por pessoas que estavam no interior da sede da Procuradoria da República no Paraná. Elas mostraram o dedo do meio para os manifestantes.
“Como as janelas da procuradoria não abrem totalmente, não deu para ver os rostos. Covardemente, só deixavam aparecer a mão”, observa Ivete Caribé.
Na noite dessa quarta-feira, apoiadores da liberdade de Lula deram ainda um boa noite especial a Deltan Dallagnol.
Foi ao som do trompete de Fabiano Leitão, diretamente da portaria do edifício onde procurador mora.
Em se tratando de protesto contra a Lava Jato, em Curitiba, Fabiano viveu uma experiência inusitada, que ele mesmo relata:
A vizinhança toda na janela! Espiral do silêncio (veja PS) neles. Nenhum vizinho ousou falar nada. E tinha muita gente na janela. Muita mesmo!
Sinais de novos tempos, em Curitiba, a terra da Lava Jato.
Fonte - VIAMUNDO
Fonte - VIAMUNDO
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